sábado, 28 de junho de 2008

ARTIGO DE
NUNO MARKL


"A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida. E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta. O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. 'Quem?', perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim. Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual... E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada. Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos:Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção. Confesso, senti-me velho... Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft. Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente. No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse. Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos. Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo. Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade? E ainda nos chamavam geração 'rasca'... Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos. Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto. Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo. Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta. Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos. Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas. É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.' (Nota: ...os chocolates não eram gamados no 'Pingo Doce'... Ainda se chamava 'Pão de Açúcar'!!!) "

Yá, ele tem toda a razão, infelizmente. O pessoal agora não sabe o nome das ruas, nunca foi aos correios enviar uma carta e teve de ficar na fila durante uma hora . . . . (k vontade de bater em alguém), mas todos sabem o site XPTO, e o IP da rede dú cu de judas, que tem lá um acidente de carro bué da louco, ou umas raparigas dos morangos lol. Eu acho k a nossa geração foi um pouco apanhada no meio. Todos temos as nossas recordações das parvoíces da nossa infância, dos erros cometidos, das amizades criadas, e das noites passadas em qualquer lado. Mas apanhamos tb a onda tecnológica com PC´s, Portateis, Telemoveis, PDA, GPS, Consolas . . . E a nossa vida nao mudou assim tanto se forem a ver, ningem fica em casa por ter mais um telemovel ou um site novo para ver. Enfim os putos agora tem o dobro das coisas, podem fazer tudo e mais alguma coisa e ficam horas perdidos pela internet, e em sei lá mais o q.
  • O que acham que se pode fazer?

3 comentários:

tia campista hidratante disse...

concordo com td! mas nao sei se há mt que se possa fazer (infelizmente). a culpa é dos pais que não impõe limites mas tb da sociedade actual.. quem não tem PSP não é fixe!! enfim...

basta ver a quantidade de putos que tão há uma semana à porta do pavilhao atlantico... acampados, com este calor, pra serem os primeiros a entrar! O.O

não cabe na cabeça de nínguem!!

guardiã do balneario disse...

Haviam de ser meus filhos...
antigamente s fizesse merda levava nas orelhas dos vizinhos dos pais dos tios e +alguem k aparece s... hj 1puto faz merda algum chama a atenção e os pais ficam ofendidos pq falaram pos filhinhos...
deviam era d ter 1s pais como os meus k bastava k abrissem os olhos ja eu tava a baixar a bolinha (o meu pai entao apesar d nc m ter batido bastava olhar e eu piava mt mt fininho.lol) e 1 mano como o meu sempre a dar m na bromba... nos tinha mos horas pa chegar a casa e s n cumprisse mos tava td fdd... n s despiamos na net n batíamos nos nossos pais... e agora somos pessoas pacatas k n roubam pq é giro n partem carros pq sim nem nada disso... mas temos amigos pa vida k falando por mim amo vos de coração e por mt pouco tempo k teja com vocês adoro vos tal e kal... os putos agr sao 1s tristes cheios d doenças k n podem beber leite com chocolate pq tem açúcar (passei a minha infância a bebe lo e n to assim tão mal.lol) aprendi a ouvir a palavra não e k por mt k esperneasse n mudava.lol antes era assim.....

HugoB disse...

eu só tive telemovel no secundário e funcionava mais como telefone fixo porque era tao grande q nunca andava com ele...

mas há putos e putos...nem todos são assim! Continua a haver os "índios" como nós que não param em casa e fazer a cabeça em agua aos pais!lol