quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Um texto que recebi de parte incerta...

Digamos que um sujeito chamado André conheceu uma rapariga chamada Rita.
Ele convida-a para ir ao cinema; ela aceita; eles vão e divertem-se.
Alguns dias depois, ele a convida para jantar, e também se divertem.
Eles continuam a ver-se regularmente, e depois de um tempo nenhum deles consegue sair com outra pessoa. E então, numa noite quando estão a voltar para casa, um pensamento vem à cabeça da Rita, que, sem muito
pensar, diz:
- Já reparaste que esta noite fazem seis meses que saímos juntos?
De repente, um silêncio instaura-se no carro. Para a Rita, é um silêncio longo e profundo.
Ela pensa:
"Xxxiii, espero que ele não se chateie com isso. Talvez ele esteja farto do nosso relacionamento. Talvez esteja a pensar que eu estou a força-lo a um compromisso que ele não quer de momento, ou não tem muita certeza".
E André a pensar:
"PPooorrrrraaaaaa! Seis meses!"
E Rita pensa:
"É, mas eu não sei se ele quer este tipo de relacionamento. Às vezes eu penso que seria bom eu ter um pouco mais de espaço, para ter tempo para pensar no que quero neste relacionamento, para onde estamos a caminhar...
Isto é, se é ele mesmo que eu quero... Se queremos continuar a ver-nos deste jeito ou queremos mais intimidade... Será que nos vamos casar?
Ter filhos? Será que eu estou pronta para este compromisso? Será que eu conheço-o tanto assim?"
E André pensa:
"Seis meses... Quer dizer que foi em Abril, logo depois que eu comprei o carro... Isso quer dizer que... deixa ver o papelinho do óleo...MMMeerrdddaaa... Passei os quilómetros da troca do óleo!".
Rita está pensando:
"Ele está chateado. Vê-se isso no rosto dele. Talvez eu esteja redondamente enganada. Talvez ele queira mais do nosso relacionamento, mais intimidade,mais compromisso; talvez ele tenha percebido, até mesmo antes de mim, que eu estou com algumas reservas.Sim, aposto que é isso. É por isso que ele está tão relutante em falar dos seus sentimentos. Ele tem medo de ser rejeitado."
E André pensa:
"Eu preciso ver a caixa das mudanças. Não me interessa o que a besta do mecânico diz, algo tá mal....não engata bem a 3ª. E ele que não me venha dizer que é por causa do frio. Já estamos quase no Verão e a 3ª entra
mal. E eu já lhe pedi para ver outra vez e tudo...".
E a Rita pensa:
"Ele tá zangado. E não posso culpá-lo. Eu estaria zangada também. Meu Deus, como me sinto culpada, a deixa-lo deste jeito. Mas não posso impedir de me
sentir insegura..."
E André pensa:
"Com certeza ele me vai dizer que a garantia de três meses já acabou. Sacana, eu sei que é isso que ele vai dizer!"
E Rita continua a pensar:
"Talvez eu seja muito idealista, á espera do cavaleiro no cavalo branco,quando estou sentada ao lado de um rapaz á maneira, um rapaz com quem gosto de estar, um rapaz que se preocupa comigo, e com quem eu me preocupo. Um rapaz que está chateado pelo meu egoísmo, pela minha fantasia de menininha."
E André continua a pensar:
"Garantia? Que se f.oda a garantia. Eu quero é que a 3ª entre sem arranhar.
Eles podem é enfiar a garantia no c.ú. Eu tenho os meus direitos..."
- André - diz Rita em voz alta.
- O quê? - responde o André, assustado.
- Por favor, não te tortures mais - ela continua, com lágrimas a quase encherem os olhos - Talvez eu não devesse... Oh, meu Deus, estou a sentir-me tão... - Ela pára, soluçando.
- O que? - pergunta André.
- Eu sou uma tonta - diz Rita - O que quero dizer é..... sei que não existe cavaleiro. Eu sei disso de verdade. É estupidez. Não há cavaleiro, e não há cavalo.
- Não há cavalo? - pergunta André.
- Tás a pensar que eu sou Tontinha , não é? - pergunta Rita.
- Não - diz André, aliviado por ter encontrado finalmente a resposta
correcta.
- É só que eu preciso... - continua Rita - preciso de um tempo.
Passam-se quinze segundos, durante os quais André, pensando o mais rápido que pode, tenta encontrar uma resposta conveniente. Finalmente ele acha
uma que deve servir:
- Tá certo.
Rita, profundamente magoada, toca na mão dele.
- Oh, André, realmente sentes isso?
- O quê? - pergunta André.
- Acerca do tempo - diz Rita.
- Oh - diz André - Sim.
Rita vira-se para ele olhando-o no fundo dos olhos, assustando-o com o que ela vai dizer, principalmente na questão do cavalo!
- Obrigado, André - diz ela.
- Obrigado - diz André.
Ele leva-a para casa. Ela deita-se na cama, cheia de remorsos, a alma torturada, e desata a chorar.
Enquanto isso, André vai para a casa dele, faz umas pipocas, liga a televisão, e "assiste" profundamente a um jogo de futebol do campeonato alemão da 2ª divisão entre duas equipas de quem ele não tem a mais remota
ideia de quem sejam. Uma voz lá do fundo avisa-o que alguma coisa séria foi discutida no carro, mas ele tem certeza que não iria entender mesmo, portanto é melhor nem pensar nisso. O que, aliás, é o que ele pensa também a respeito da fome no terceiro mundo...
No dia seguinte Rita vai ligar para sua melhor amiga, ou talvez duas, e elas irão ficar a conversar a respeito da situação durante seis longas horas.Com detalhes coloridos, elas analisarão tudo que foi dito, voltando no tempo e fazendo projecções, explorando cada palavra, cada expressão, cada gesto, na tentativa de encontrar qualquer ramificação plausível.
Elas continuarão a discutir este assunto por semanas, talvez meses, sem nunca chegar a uma conclusão, mas sem nunca se cansarem.
E o André, ao jogar snooker com um amigo comum, antes de dar uma tacada numa bola casual a meio do jogo irá perguntar ao amigo:

- Olha lá, sabes se a Rita já teve um cavalo?


Este texto está hilariante!
Mas muito actual.

5 comentários:

Blue disse...

Vá Indiozinho... Confessa lá! Ela pediu-te um cavalo, foi isso?? *

guardiã do balneario disse...

lolol
inacreditavel foi preciso a pocaontas pedir um cavalo pa pores um post...
lol

HugoB disse...

uhggg u-U-u -U!!!! traduzindo: ta giro lol!

tia campista hidratante disse...

isto só mostra cm os gajos n percebem nada d nada... lol!

always friend disse...

Isto so mostra que as gajas tem de meter um descomplicador...lol

;-ppp