sexta-feira, 5 de setembro de 2008


Braile


"Leio o amor no livro
da tua pele;

demoro-me em cada
sílaba,

no sulco macio
das vogais,

num breve obstáculo
de consoantes,

em que os meus dedos penetram,

até chegarem ao fundo dos sentidos.

Desfolho as páginas que o teu desejo me abre

ouvindo o murmúrio de um roçar

de palavras que se

juntam, como corpos, no abraço

de cada frase. E chego ao fim

para voltar ao princípio, decorando

o que já sei, e é sempre novo

quando o leio na tua pele."



Nuno Júdice

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